No último "Expresso" (10Nov2012) chamou-me a atenção uma crónica da insuspeita Manuela Ferreira Leite (MFL) intitulada "Factos Inquestionáveis". Para ela, do que estamos a falar? Vejamos, no seguinte pequeno extracto da crónica, os factos:
" - O processo de consolidação orçamental passa por uma combinação de medidas que envolvem redução de despesas, aumento de receitas e crescimento do PIB,
- De entre estas, a mais consensual de sempre foi a de redução de despesas,
- A consolidação orçamental não se alcança em recessão, ao contrário do equilíbrio externo,
- O aumento de impostos não provoca crescimento económico, pelo contrário, agrava a recessão,
- A receita tem um limite natural determinado pelo valor do PIB e um limite social imposto pelos baixos nível de rendimento,
- A redução da despesa é aplaudida quando se traduz no combate ao desperdício ou a rendas excessivas, mas é inaceitável se atinge apoios a situações de emergência,
- As funções do Estado podem ser reequacionadas, mas há uma que é intocável e que consiste em acudir aos mais desfavorecidos em situação de emergência nacional.
Neste cenário, o que nos é proposto para alcançar o equilíbrio das contas públicas é um aumento brutal de impostos, o que, de acordo com as premissas atrás referidas, não resultará num aumento de receita correspondente ao esforço pedido, agravará a recessão e aumentará a despesa pública.
Ou seja, um resultado contrário ao desejado."
O que me espanta é esta posição de MFL ser bem acompanhada por toda uma série de economistas de esquerda e direita, políticos de vários quadrantes, Conselhos disto e daquilo, parceiros sociais, etc, etc, etc e ser olimpicamente ignorada pelos nossos (des)governantes que se limitam a um discurso de "custe o que custar". Será que isto é o bom caminho?
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