11 abril 2021

A Justiça e a vacina

 

 As contradições, os altos e baixos permanentes, as inconsistências, o "berbicacho", as idades da toma, mais de 65 não pode, só pode a partir dos 60, dos 15 aos 29 é que sim ... ou não. Tudo isto só teve um resultado, o pessoal ficou desconfiado e nervoso com a história das vacinas Covid. E isto não ajuda nada na actual situação da pandemia.
Na Justiça, depois do "show" da última 6ª feira, passa-se quase a mesma coisa. O juiz desfaz em grande parte a acusação e chama corrupto a um arguido mas diz que não vale, já prescreveu. O dito cujo sai exultante e diz que é tudo mentira. Os comentários à situação, vindos de vários quadrantes, são para todos os gostos desde triturar o juiz (até já há petições para o pôr na rua!) até destruir o incompetente MP. Enfim, um chorrilho de disparates que apenas têm uma consequência: as pessoas ficam desconfiadas e nervosas ... e isto não ajuda à imagem que se quer para a Justiça, uma peça fundamental no funcionamento da nossa Democracia. 

2 comentários:

José Cruz disse...

Salvo melhor opinião, o descrédito da justiça portuguesa advém da sua exagerada morosidade, consequência do emaranhado de leis que regula (ou confunde estas coisas). Se não vejamos:
1 - Concorde-se ou não com as decisões do juiz Ivo Rosa, é ele a pessoa que tem a competência exclusiva para as ter tomado (e segundo a lei, por tal é irresponsável, i.e., não responsabilizado). Decorre da independência do Poder Judicial como órgão de soberania.
2- As partes que se consideram lesadas, MP e eventuais arguidos, podem recorrer daquelas decisões, que por isso não são definitivas, para um tribunal superior (da Relação), este sim com competência para julgar.
podendo concordar ou não com a decisões do juiz IR ou razões do MP.
3 - As petições que por aí andam, a meu ver não passam de meras bocas populistas e perigosas, ou como se diz neste post, "... um chorrilho de disparates que apenas têm uma consequência: as pessoas ficarem desconfiadas e nervosas...".
4 - Será uma utopia, não apenas dizer ser desejável maior informação com intuitos pedagógicos sobre estas matérias e paralelamente alterar a legislação para que tudo corra mais célere, mas fazê-lo? Deve ser certamente, porque o estado actual destas coisas aproveita principalmente a quem teria o poder de o fazer.

A.R.Costa disse...

A procissão ainda vai no adro, mas para já a montanha pariu um rato. Foi um dia negro para a Justiça e é inacreditável como o MP foi tão incompetente e gastou tanto tempo e tanto dinheiro, como usou fugas ao segredo de justiça e se aliou a pasquins do tipo correio da manha para manipular a opinião pública e, ainda, como humilhou e julgou na praça pública aqueles que eram apenas suspeitos. Assim, tudo foi enviesado e, por isso, eu fui enganado. Quanto aos arguidos que vão a julgamento pouco me interessa se são 28 ou apenas cinco, mas espero que sejam os tribunais judiciais e que não seja a rua nem os pasquins, a administrar a justiça em nome do povo.