23 dezembro 2005

Padrão do Chão Salgado

As mais notórias consequências do atentado contra o rei D. José I , em 3 de Setembro de 1758, são bem conhecidas: processo dos Távoras e expulsão dos Jesuítas . O processo teve a sentença final em 12 de Janeiro de 1759, tendo os acusados sido considerados culpados. No dia seguinte, foram executados no patíbulo de Belém (hoje Praça Afonso de Albuquerque, em frente do palácio do PR).
D. José de Mascarenhas, duque de Aveiro, foi um dos executados, talvez o principal. Habitava um palácio que foi completamente destruído, tendo os terrenos sido salgados para que "nem as ervas daninhas pudessem aí voltar a crescer". Logo nesse ano foi mandado erigir nesse local um Padrão que se pode ver, com alguma dificuldade pois está razoavelmente escondido e maltratado (embora a dois passos dos actuais "pastéis de Belém"), no Beco do Chão Salgado.

Na base do monumento, o Padrão do Chão Salgado, pode ler-se o seguinte:

"AQUI FORAO AS CASAS ARAZADAS E SALGADAS DE JOZE MASCARENHAS EXAUTORADO DAS HONRAS DE DUQUE DE AVEIRO E OUTRAS E CONDEMNADO POR SENTENÇA PROFERIDA NA SUPREMA JUNTA DA INCONFIDENCIA EM 12 DE JANEIRO DE 1758 JUSTIÇADO COMO HUM DOS CHEFES DO BARBARO E EXECRANDO DESACATO QUE NA NOITE DE 3 DE SETEMBRO DE 1758 SE HAVIA COMMULADO CONTRA A REAL E SAGRADA PESSOA DE EL REI NOSSO SENHOR D. JOZE. NESTE TERRENO INFAME SENÃO PODERA EDIFICAR EM TEMPO ALGUM."


Parece que nem todos tomaram em devida conta as orientações da "real e sagrada pessoa de El Rei Nosso Senhor D. José I" pois, como é evidente, as "edificações" não pararam.

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