02 dezembro 2005

António Aleixo


"... cauteleiro e guardador de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé, ..."


Evocar FP, trouxe-me A. Aleixo ... vejam lá! Faleceu em Novembro de 1949.

Algumas quadras (soltas)


Após um dia tristonho,
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias.


Uma mosca sem valor
poisa, c'o a mesma alegria
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.


À guerra não ligues meia,
porque alguns grandes da terra,
vendo a guerra em terra alheia,
não querem que acabe a guerra.


Descreio dos que me apontem
uma sociedade sã:
isto é hoje o que foi ontem
e o que há-de ser amanhã.

1 comentário:

Cristina Costa disse...

Como eram sábias as suas palavras. Lembro-me, principalmente, do meu avõ recitar a segunda quadra aqui transcrita. Foi aí que percebi que afinal somos todos iguais e que marcamos a diferença apenas pelas nossas atitudes e não pelos titulos que possamos ter.
Foi um grande poeta. Vale a pena recordá-lo.